14.07.2025 - 16:25h
Secretaria de Educação desenvolve projeto de alimentação escolar inclusiva para crianças com autismo
Projeto é conduzido pelo Setor de Nutrição da secretaria, em parceria com o Departamento de Educação Especial
O projeto “Cuidar, Incluir e Nutrir: Alimentação Escolar Inclusiva para Crianças com Transtorno do Espectro Autista e Dificuldades Alimentares” surgiu a partir da escuta das realidades vividas nas unidades de ensino de Balneário Camboriú, com objetivo de respeitar as necessidades dos alunos e promover uma alimentação adaptada para cada especificidade.
A iniciativa é desenvolvida pela Secretaria de Educação, por meio do Setor de Nutrição em parceria com o Departamento de Educação Especial. A partir dessa atuação conjunta, foi identificado uma crescente demanda por adaptações alimentares para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), especialmente em situações de seletividade, recusa alimentar e hipersensibilidades sensoriais.
A fim de atender às necessidades dos alunos diagnosticados, foi construído um fluxo estruturado de atendimento, a começar pelos Núcleos de Educação Infantil (NEIs), e posteriormente para os Centros Educacionais Municipais (CEMs).
O projeto foi elaborado a partir do diálogo com famílias, unidades de ensino, profissionais da saúde e instituições como a AMA Itinerante e o Complexo Neurossensorial Casa do Autista.
A secretária de Educação, Maria Ester Menegasso, destaca que a alimentação é uma parte fundamental no processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. “No caso dos alunos com TEA e dificuldades alimentares, esse cuidado precisa ser mais sensível e adaptado. Por meio desse projeto, será possível viabilizar um atendimento que contempla as especificidades de cada criança, com medidas técnicas e pedagógicas”, disse.
A nutricionista Susana Lenes de Miranda Machado, responsável por conduzir o projeto, explica que as crianças com TEA podem ter dificuldades na alimentação, como rejeitar certos alimentos por causa da textura, cor ou cheiro, além de se sentirem desconfortáveis com mudanças no ambiente do refeitório.
“O projeto nasceu da escuta atenta da realidade nas escolas. Famílias, professores e profissionais da saúde nos mostram, todos os dias, que muitas crianças com TEA ainda enfrentam dificuldades para se alimentar na escola, o que compromete sua inclusão, bem-estar e aprendizagem. Cuidar, Incluir e Nutrir surge como uma resposta sensível e técnica a esse desafio. Com o apoio dos departamentos e das unidades escolares, estamos construindo uma rede que respeita as diferenças e promove inclusão a partir da alimentação”, destacou.
Atualmente, mais de 900 alunos com TEA estão matriculados na rede municipal de ensino. De acordo com Susana, estudos indicam que cerca de 80% dos autistas apresentam algum grau de dificuldade alimentar. Até o momento, já foram formalizados 30 pedidos de adaptação alimentar na rede municipal, o que reforça a importância da ação.
Entre as iniciativas presentes no projeto estão: adaptação gradual dos alimentos; uso de utensílios escolares como apoio no processo de aceitação; autorização, quando necessária, para o envio temporário de alimentos de casa, mediante avaliação técnica.
Projeto foi apresentado em reunião com gestores
Na última semana, o projeto de alimentação escolar inclusiva foi apresentado para os gestores, administradores e representantes dos agentes de alimentação dos Núcleos de Educação Infantil. Na ocasião, foram discutidos o informe técnico e o fluxo de atendimento.
No encontro, os profissionais abordaram os desafios enfrentados no cotidiano das unidades de ensino, e a possibilidade de atuação conjunta para valorizar as boas práticas já realizadas pelas equipes escolares.
As formações para as equipes, o levantamento de dados e a implantação do fluxo de atendimento iniciam ainda no segundo semestre de 2025. O atendimento contempla alunos com TEA e aqueles que apresentem dificuldades alimentares específicas, mediante apresentação de laudo ou parecer técnico emitido por profissional de saúde.
As unidades de ensino ficam responsáveis por fazer o levantamento dos casos e enviar a documentação pelo sistema 1Doc. A partir dessas informações, o Setor de Nutrição avaliará as necessidades e definirá, em parceria com as famílias e os profissionais de saúde, as adaptações necessárias para cada criança, considerando as particularidades sensoriais, comportamentais e nutricionais de cada uma delas.
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Informações adicionais:
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Texto: Aysla Pereira
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