12.06.2018 - 16:41h
Balneário Camboriú conclui diagnósticos do Plano de Mobilidade Urbana
Balneário Camboriú é o único município integrante da AMFRI que ainda não possui um Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob). Mas, o primeiro passo já foi dado. Em janeiro deste ano iniciou a elaboração do plano. Já foram concluídos vários diagnósticos, que serão apresentados à população em Audiência Pública, no dia 25 de junho, às 19h, na Câmara de Vereadores. Nesta primeira audiência será feita a apresentação dos estudos já realizados e a coleta de ideias da população. Depois, em uma nova audiência (prevista para 05 de julho) será apresentado o plano com as propostas.
“O Plano de Mobilidade é de grande importância para que a cidade possa melhorar a locomoção de todos e melhorar a qualidade do transporte público. Como Balneário Camboriú estava fora da AMFRI, não foi contemplada com o plano elaborado pela associação em parceria com os municípios, o que agora estamos executando”, falou o prefeito, Fabrício Oliveira.
Dentre as etapas já concluídas estão: Leitura do contexto social e espacial do Município; Diagnóstico do sistema viário existente e uso do carro; Diagnóstico dos aspectos de acessibilidade; Diagnóstico dos deslocamentos por bicicleta; Diagnóstico do transporte público coletivo urbano; Diagnóstico do transporte comercial e Prognóstico do cenário atual, do cenário de tendência e do cenário ideal. Para se obter esses resultados, dentre as ações realizadas está a aplicação de Pesquisa Domiciliar de Origem e Destino na cidade.
O Plano de Mobilidade Urbana de Balneário Camboriú está sendo estruturado conforme os conceitos dispostos na Política Nacional de Mobilidade Urbana (Lei Federal 12.587/12). O mesmo tem como objetivo orientar a cidade quanto às medidas a serem tomadas no que se refere aos modais, serviços de infraestrutura viária e de transporte. Dessa forma, visa garantir os deslocamentos de pessoas e cargas dentro de seu território, atendendo as necessidades atuais e futuras, assegurando melhores condições de mobilidade, acessibilidade e conectividade em todo o espaço urbano.
O PlanMob visa apresentar estratégias e ações de 2018 até 2030. Os planos, ações, projetos e políticas do projeto visam priorizar o transporte não motorizado e o transporte público coletivo com a integração entre os modos e serviços de transporte urbano; e ainda propõe ações para integração das políticas regionais, de forma a assegurar melhores condições de mobilidade entre os municípios vizinhos.
PESQUISA DOMICILIAR:
Para a elaboração do PlanMob, foi necessária a análise das viagens realizadas pela população de Balneário Camboriú. Para isso foi feita Pesquisa Domiciliar de Origem e Destino, onde foram entrevistados moradores de 1.350 residências, divididas entre todos os bairros do município.
Nesta pesquisa, os entrevistados foram questionados quanto aos diversos deslocamentos que os mesmos realizam no seu cotidiano: de onde, para onde, por qual motivo, com que frequência e qual o modal (a pé, bicicleta, carro, moto, ônibus, taxi, etc). Não só isso, mas também outras informações relevantes foram levantadas, como a quantidade de veículos e bicicletas que o domicílio possui, a idade e o sexo dos entrevistados e também se possuíam algum tipo de deficiência.
Após a tabulação de todos os dados obtidos, foi possível realizar o diagnóstico da situação atual de Balneário Camboriú quanto a sua mobilidade urbana: 51% dos deslocamentos da cidade são feitos por meio de transporte motorizado individual (sendo 42% com carro e 9% com moto), 40% por modais não motorizados e apenas 7% por transporte coletivo.
A cidade possui elevada frota de veículos motorizados em circulação: de acordo com dados do DETRAN de Santa Catarina, em 2017 o município registrava um total de 88.771 veículos. Destes, 55,26% ou 49.057 eram automóveis de passeio. Conforme o levantamento, se nada for feito para mudar o atual rumo da mobilidade urbana da cidade, a frota de veículos tende somente a aumentar. Dessa forma, até 2030, carros e motos passariam a ocupar 60% da matriz modal, reduzindo os meios de transporte não motorizados para 32% e o transporte coletivo para meros 4%.
"A função do Plano de Mobilidade é impedir este cenário e, por meio de estratégias e propostas, alcançar o cenário ideal para 2030: Pedestres e ciclistas passam a ocupar a maior parte da matriz modal da cidade, o transporte coletivo sobe para cerca de 13% e os meios de transporte motorizados individuais caem para cerca de 37%", disse o diretor de trânsito, Carlos Eduardo Santi.
O Plano de Mobilidade está sendo elaborado pela Consultran Engenharia, contratada pelo Município por meio de licitação.
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